Tênis All Star com cadarço
vermelho, lápis preto no olho e o cabelo solto esvoaçando ao vento. Ela sorria
enquanto batucava no volante do carro ao som de sua banda de rock favorita. Era
cedo ainda e o sol estava nascendo. Ela colocou os óculos escuros depois de
procurá-los na bagunça do porta-luvas e começou a cantar junto com a voz que
gritava do alto-falante. Aquela era a vida que ela amava ter, sem tirar nem
pôr. Fugiu da sociedade repressora em que vivia com apenas 15 anos. Decepcionou
pai e mãe e pensou que um dia pediria desculpas. Nunca precisou. Tingiu o
cabelo de vermelho, roxo, azul e agora voltara ao preto. Percorreu cidades
procurando por adrenalina, por algo que a mantivesse viva. Se envolveu com
pessoas erradas e conheceu um cara que parecia ser o certo mas, para a vida que
ela tinha, não existem pessoas certas. Experimentou a boca de outra mulher e
sorriu maliciosamente ao perceber como as mulheres conseguem se entregar a um
simples beijo. Fugiu da polícia e gargalhou buzinando por horas, o efeito que a
fuga lhe fizera. Bebeu até cair porre no chão e ser amparada por pessoas que
não conhecia. Gritou que estava na estrada para o inferno e que
adorava estar vagando nela há anos. Socou o nariz do cara que tentou abusá-la;
beijou várias pessoas ao mesmo tempo; se perdeu no mundo para se encontrar no
dia seguinte em seu carro com a banda de rock que mais gostava. Quase fez um
pacto com o diabo, falou com mortos e o orou para que os deuses em que
acreditava a perdoassem por todos os pecados que cometera e todos os que ainda
iria cometer. Essa era a vida que ela tinha e que não largaria tão cedo. Essa era a vida da garota rock n' roll.
sábado, 7 de abril de 2012
domingo, 1 de abril de 2012
Talvez
Talvez eu tenha cometido um erro. Talvez tenha errado ao te afastar, por me
achar superior de uma maneira muito deturpada dentro de minha cabeça. Talvez eu seja
imbecil o suficiente por achar que tudo pode voltar a ser normal, sem as brigas
sem motivo ou sem a conversa de você ter mudado e amadurecido. Talvez não devesse ter te
entregado aquele bilhete esperando que o universo conspirasse e você me
mandasse algum sinal de vida dizendo que ainda me amava. Tolice. Talvez deva
parar de te mandar mensagens esperando por respostas que nunca virão ou, se vierem, receber apenas respostas monossilábicas. Talvez eu deva parar de mentir para mim, de acreditar piamente
em palavras e esperar que elas se concretizem.
Talvez deva parar de me
apaixonar. Sim, eu preciso parar...
Talvez seja necessário jogar fora as cartas, os bilhetes, os desenhos, qualquer memória sobre as pessoas que amo e amei. Porque, no fim, o amor é sempre semeado de um lado apenas. E talvez as coisas melhorem se eu fizer isso, como quando
eu joguei fora as lembranças de três anos atrás...
Talvez, realmente.
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