Seus cabelos
esvoaçaram com o vento, arrancando-lhe instantaneamente um sorriso. Eu a adorava. Ela pousou os olhos
escuros em meu rosto e sorriu novamente, dessa vez um pouco envergonhada, e soltei um longo suspiro. Ao perguntar se eu não tiraria mais fotos, acordei do
transe que era ver aquela menina linda e levantei a câmera, capturando seu
jeito incrível que me conquistou imediatamente. Não resisti.
O vestido branco rodopiou e pude ver suas pernas alvas, seu corpo pequeno e
frágil se agitando numa risada gostosa de se ouvir. Aproximando-se, ela pegou
gentilmente a câmera de minhas mãos e, olhando cada foto,
franzia o pequeno nariz com as que não gostava ao pedir para apagá-las. Respondi
que estavam perfeitas. E não somente as
fotos. Ela corou de imediato, devolvendo-me a câmera e se afastando. Comecei
a cantarolar enquanto a clicava de costas na paisagem espetacular em que estávamos. Devagar,
ela parou e se virou para mim, o sorriso estampado no rosto. “Diga”, pediu ao retornar para onde eu estava. Ela baixou a mão que segurava a máquina fotográfica e olhou em meus olhos bem de
perto. “Diga”, repetiu. Fiquei calado por um tempo. Sabia que não era
necessário dizer o que era evidente. Então, num lampejo de coragem, apenas a beijei. E ela sorriu com isso.