quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Rodopiar


Seus cabelos esvoaçaram com o vento, arrancando-lhe instantaneamente um sorriso. Eu a adorava. Ela pousou os olhos escuros em meu rosto e sorriu novamente, dessa vez um pouco envergonhada, e soltei um longo suspiro. Ao perguntar se eu não tiraria mais fotos, acordei do transe que era ver aquela menina linda e levantei a câmera, capturando seu jeito incrível que me conquistou imediatamente. Não resisti. O vestido branco rodopiou e pude ver suas pernas alvas, seu corpo pequeno e frágil se agitando numa risada gostosa de se ouvir. Aproximando-se, ela pegou gentilmente a câmera de minhas mãos e, olhando cada foto, franzia o pequeno nariz com as que não gostava ao pedir para apagá-las. Respondi que estavam perfeitas. E não somente as fotos. Ela corou de imediato, devolvendo-me a câmera e se afastando. Comecei a cantarolar enquanto a clicava de costas na paisagem espetacular em que estávamos. Devagar, ela parou e se virou para mim, o sorriso estampado no rosto. “Diga”, pediu ao retornar para onde eu estava. Ela baixou a mão que segurava a máquina fotográfica e olhou em meus olhos bem de perto. “Diga”, repetiu. Fiquei calado por um tempo. Sabia que não era necessário dizer o que era evidente. Então, num lampejo de coragem, apenas a beijei. E ela sorriu com isso.