domingo, 25 de setembro de 2011

Diva


Mila tratava-me muito mal.
Não fazia ideia do porquê, mas também nem queria saber, porque senão o sofrimento seria maior. Sentia uma dor imensa, mas não era dor que somente dói; era dor que dói, que arde, que não tem cura, que nunca sara.
Na festa na casa dos Souza ela apareceu, mas logo que me viu foi embora. Antes, veio falar-me com arrogância e, por incrível que pareça, não me espantei. Ela já havia me tratado muito, mais muito pior.
Convidei-lhe para dançar, queria tocar-lhe, sentir seu cheiro, sentir seu corpo... Ela apenas olhou-me com desprezo, do alto de seu pedestal, e foi-se embora sem responder-me. Paulo ainda ficou na festa, perguntei-lhe por qual motivo Mila agia dessa forma, mas nem ele sabia responder. Disse-me para ter calma, mas calma era o que eu menos tinha.
Afinal, não sabia o que fazer. Estava tão apaixonado que não tinha sono e nem fome. A única coisa que me alimentava era esse amor doentio e impossível. Todas as noites em claro, serviam-me para refletir e pensar em tudo que estava acontecendo, contudo nunca chegava em uma conclusão concreta.
Por mais que eu tentasse esquecê-la, por mais que eu tentasse olhar para outras mulheres, não conseguia. Acho que esse era o meu castigo pelo erro de amá-la e desejá-la demasiadamente...