terça-feira, 8 de julho de 2014

Butterflied

- É triste não é? Homens como nós, na meia idade, que deixam o trabalho consumir suas vidas. Só tocamos outras pessoas com luvas de látex. E um dia percebemos que, em 50 anos, não vivemos nada. Mas, de repente, temos uma segunda chance. Aparece uma mulher jovem e bonita. Uma mulher de quem podemos gostar. Nos oferece uma vida nova com ela, mas é uma grande decisão a ser tomada, certo? Temos que arriscar tudo pelo que trabalhamos para tê-la. Eu não arriscaria. Mas o senhor sim. Arriscou tudo e ela lhe mostrou uma vida maravilhosa, não? Contudo ela a tomou de volta e a deu para outro e o senhor se perdeu. E tirou a vida dela. Matou os dois e agora não tem nada.
- Continuo aqui.
- Continua?
(Gil Grissom. 4x16)
CSI: Crime Scene Investigation

domingo, 6 de julho de 2014

Naquela manhã de domingo


Ela colheu flores naquela manhã de domingo. Levou uma cesta e saiu andando vagarosamente no grandioso jardim a céu aberto. O sol incidindo sobre seus cabelos ruivos, fazendo sua pele brilhar ainda mais e chamando minha atenção. Eu a via caminhar, sentado na varanda de casa: ela andava como se fosse conduzida por uma doce melodia, sorrindo majestosamente. E aquele sorriso só existia porque ela adorava domingos de sol, adorava o desabrochar de flores, adorava suas férias naquele jardim e, principalmente, me adorava. Ah, aquele sorriso... Seus olhos percorriam aquele imenso jardim e, de vez em quando, me olhavam só para ter a certeza de que eu ainda a esperava no mesmo lugar. Não demorou até que ela se aproximasse de mim, sorrindo de maneira boba e falasse, orgulhosa, das flores que havia colhido. Logo a casa começaria a mudar de cheiro, aquela mistura de flores silvestres com doce aroma que emanava da pele dela. E, como todos os outros dias, eu me apaixonaria ainda mais pela mulher que adorava colher flores todo domingo.