sexta-feira, 1 de agosto de 2014

The diabolical kind

Temos derramado muita tinta, você e eu, na nossa discussão sobre a condição humana, e não estamos mais perto de compreender como estávamos quando nossa correspondência começou. Várias vezes senti como se estivesse em frente a um grande abismo, gritando e me perguntando se a resposta que eu escutava vinha de você, ou se era minha própria voz ecoando de volta pra mim. Parece, do meu lado do cânion, que a busca pela companhia de outra pessoa é a fonte da infelicidade no mundo. Eu vejo Watson, sempre ansiosa para extrair algum significado das convenções sociais dominantes, suportando uma série de rituais de acasalamento organizados. Parece para mim que ela está gradativamente menos satisfeita a cada vez que retorna de um. Eu me comporto como se estivesse acima dos assuntos do coração, principalmente porque eu tenho visto ele corroer as pessoas que eu respeito. Mas, nos meus momentos mais sinceros, às vezes eu me pergunto se eu tomo as atitudes que tomo, porque o amor, na falta de melhor palavra, é um jogo em que eu falhei em entender, então eu prefiro não jogar. No fim, se eu tiver a pureza de todas as minhas convicções, não vou me arrepender tanto das coisas que eu fiz. Nem vou insistir, contra tantos dos meus melhores instintos nessa correspondência. Eu acho você um desafio, um desses que além de tudo o que fez, continua a estimular. E então a conversa fútil pode finalmente continuar, e é onde nós somos levados a nos perguntar: nós simplesmente falhamos em encontrar as respostas às perguntas que nos preocupam... Ou elas não podem ser respondidas no fim? Felizmente, para nós dois o mundo apresenta a próxima diversão... A próxima distração elaborada para os problemas que nos incomodam.

(Sherlock. 2x12)
Elementary