sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Dedos entrelaçados

As luzes da sala se apagaram e senti você aproximar a carteira ainda mais de mim, o que fez meu coração acelerar ao notar que estávamos praticamente grudados um no outro. Apenas fingi que nada tinha acontecido e continuei olhando para o professor que arrumava no computador um vídeo qualquer sobre a aula de hoje. Minhas mãos pousavam sobre a mesa, uma delas segurando uma caneta na tentativa de anotar os principais pontos do vídeo que o professor achava crucial para o entendimento daquele assunto, quando você puxou essa mesma caneta da minha mão, fazendo com que eu finalmente olhasse em seu rosto. Você sorria um sorriso tão caloroso que imediatamente fez meu rosto corar. Graças a Deus pelas luzes apagadas. Colocando minha caneta na própria orelha, você segurou minha mão e começou a acariciar meus dedos. "Sua mão é tão macia...", sussurrou enquanto colava o ombro no meu, desviando o olhar para nossos dedos entrelaçados. Você se achegou ainda mais em mim, enquanto o vídeo começava na tela projetada a frente e eu tentava desesperadamente acalmar meu coração. Por Deus, eu conseguia ouvir e sentir as batidas malucas dele na minha própria orelha. E se eu sentia, você provavelmente também. Ficamos de mãos dadas o resto da aula, você acariciando cada dedo meu como se estivesse descobrindo uma coisa totalmente nova, como se cada carícia em minhas mãos fossem as primeiras que você fez em uma garota desde que entrou na puberdade. O vídeo terminou depois de quase meia hora e o professor acendeu as luzes, mandando todos voltarem para seus devidos lugares. Com um suspiro, você puxou minha mão para próximo de sua boca e respirou profundamente, sentindo meu cheiro antes de dar um simples beijo de adeus, olhando para meu rosto logo em seguida. Eu sorri tão boba, tão envergonhada, tão apaixonada... E você sorriu de volta, retornando a carteira para a fila indiana que ficava ao lado da minha.