Acabei de ler a carta que escreveu para mim,
provavelmente pela milésima vez. Lembra quando você a colocou em meu caderno? Encontrei o papel durante alguma aula chata, cerca de um ano atrás. Foi ali que percebi
que você realmente me amava. E hoje sei o quanto relutei, o quanto tentei
matar esse sentimento, o quanto fui idiota e te tratei mal. Agora apenas sinto sua falta, do seu sorriso
sincero, do seu abraço caloroso e acolhedor que sempre me fazia bem, até mesmo dos
selinhos roubados entre as aulas... E, infelizmente, você já afirmou que mudou o jeito de pensar e de agir com relação a mim,
então não posso fazer mais nada. Sei que te perdi, que é tarde demais para tentar avivar qualquer sentimento seu por mim.
Agora percebo como a música que você me fez ouvir naquela tarde ensolarada realmente mostrava o que eu fazia com você, como deixava evidente o quanto eu brincava com seus sentimentos – e juro que realmente não percebia. Só me resta pedir
perdão.